A INCORPORAÇÃO Augusto Bergmann era um dos sargentos instrutores. Direita e esquerda volver, frente para retaguarda, marcar passo e marchar. Tudo foi ensinado por ele. Eu detestava esse sargento, pelo fato dele simplesmente existir e pelas suas ordens absurdas. Tinha um ar de esforço em querer ensinar as posições de sentido e descansar. Somos apenas soldados recrutas, voluntários, de pressão psicológica e da abusividade de ensinamentos militares. Eles nos colocam números e nos chamam pelo sobrenome. Assim me nomearam de 609 Carvalho. Eu estava de fato incorporado em uma Instituição, a Base Administrativa da Guarnição de Santa Maria. O nosso respectivo comandante Soares havia se apresentado para o novo pelotão de soldados recrutas do efetivo variável. O comandante Everton Conceição Soares tinha 52 anos de idade, cabelo grisalho. Era ele o homem responsável pela Organização Militar onde eu estava servindo. Era ele o homem, de poder suficiente, para decidir o caminho de qualquer um de nós. Quatro olhos poderosos, ele. A nossa formatura de incorporação foi emocionante. Foi como um "Bem vindos a um ano de serviço forçado e de pressão psicológica". Agora, fiquem um mês sem poder ver as suas famílias porque estarão em internato" Teve cachorro-quente e suco de laranja como uma bela recepção aos familiares que estão ali orgulhosos vendo seus filhos, amigos e netos dando um passo novo em suas vidas. Era uma troca justa em oferecer cachorro-quente e suco em troca de soldados. Os meus avós estavam presentes, me aproximei deles. O avô Emílio estava usando uma blusa social azul marinho, parecia quase cinza, mas era azul, e a avó Rosalene estava usando um vestido vermelho que se destacava entre a multidão. Eles estavam sentados em um banco. - Oi, estão perdidos? - falei, me revelando aos meus avós. - É, nós estávamos procurando por você - ele falou olhando com um olhar de orgulho e preocupação. - Você estava muito imóvel lá na formatura enquanto a maioria dos outros garotos estavam se movendo procurando com os olhos os familiares e amigos presentes – o avô disse. - O sargento Bergmann ordenou que olhássemos apenas para o horizonte e, não se movesse - expliquei. Diante disso, a ideia de ficar um mês sem vê-los me deixou com um medo profundo em deixá-los. Respirei fundo. - Vamos tirar uma foto ? – ele disse, como se estivesse ali somente para tirar uma foto com o seu único neto, fardado. - Sim, vamos – falei. Tirei uma fotografia com os avós usando o celular do avô Emílio porque a avó Rosalene não gostava de pessoas mexendo no celular dela. Ela é uma avó emprestada. Ela é italiana ou costumava ser. - Por que você não vai até a mesa e pega um lanche para você? Eu aposto que mais tarde vai sentir fome. Não é mesmo? – ele falou. - Boa ideia, vou lá pegar um cachorro-quente na mesa. – Eu estava realmente faminto, peguei dois copinhos de suco e dois cachorros-quente. Um para o meu avô. - Vocês gostariam de conhecer o alojamento de cabo e soldados? - Sim senhor, soldado Carvalho. Seria uma ótima ideia – o avô Emilio falou. *** Levei eles até o alojamento. Eu senti um leve arrepio em pensar que isso tudo estava parecendo mais um episódio de Black Mirror. Não parecia certo eles estarem ali junto comigo. Era uma sensação estranha. O avô Emilio estava feliz e orgulhoso comigo. Eu estava feliz também. Mostrei a cama beliche de duas camas para eles. Tinha um manto verde. - Eu durmo aqui em cima – falei, mostrando o beliche que ficava em frente de um ar condicionado. - Você sente frio dormindo ai? – A Rosalene perguntou. - Sim, mas estou acostumado. Ela olhou de relance para o beliche. Meus avós eram altos, mesma altura, mas eu não sou alto igual a eles. - O alojamento é bem organizado – disse o Emilio. - Sim, eles sempre dão ordens para cada um arrumar as suas camas em um padrão. Assim todas as camas ficam padronizadas. - Onde ficam os armários de vocês? – perguntou Rosalene. Conduzi eles até o corredor onde ficavam os armários dos soldados. Os armários eram verde escuro. Os armários são trancados individualmente com cadeados. Às vezes, esquecemos de remover a chave de dentro do armário e acabamos trancando-o com a chave dentro, acontece frequentemente, devido ao estresse e pela pressa do dia. Quando isso acontecia, eles pegavam e cortavam o cadeado fora e substituindo por um novo. Isso acontecia frequentemente e era um problema real. - Esse aqui é o meu armário numerado com o meu número de recruta. - Legal. Onde fica o banheiro de vocês? - perguntou Rosalene com curiosidade além do normal. - O nosso banheiro fica no fim do corredor. Vocês querem ver? - Não. Acho que por hoje estamos ciente sobre onde o senhorzinho vai estar nos próximos dias. É um lugar bonito e organizado – disse o Emilio. - Sim, eu concordo. - Vamos te deixar aí então. Pode levar nós até os portões, não queremos caminhar perdidamente pelo quartel – o avô falou, como se estivesse segurando as lágrimas. Eu mostrei o caminho até os portões. Nós nos despedimos e o avô Emilio disse que era para eu mandar mensagens ou telefonar se eu precisar de qualquer coisa. É para manter contato e atualizar sobre novidades novas. Fiquei observando eles irem embora, até não conseguir mais vê-los. Segurei as lágrimas. Talvez uma tenha escapado. Não sei. Eles me deixaram no temido desconhecido lugar que eu não estava nenhum pouco familiarizado. É como se os pais abandonam um filho em um orfanato porque não têm condições de criá-lo. Não estou em um orfanato, estou no internato, oficialmente em internato.